terça-feira, 18 de setembro de 2007

Meio-Ambiente: A Melhor Propaganda.

O que uma geladeira, um carro, uma árvore, um banco, uma chuva e uma sandália têm em comum? A princípio, nada. Mas é só analisar os novos comerciais dos mais diversos segmentos para chegar a conclusão que todos, de alguma forma, estão intimamente ligados.

Defender o meio-ambiente, quem diria, ficou legal. Antigamente era apenas chato ou irritante. As empresas logo perceberam isso e começaram a usar essa marca em seus produtos.

Primeiro foram as geladeiras, ao retirar um componente de sua fabricação que causava buracos na camada de ozônio, e logo depois, as que gastam menos energia.

Depois, vieram os carros, que com inovações no motor e no escapamento, poluíam e consumiam menos, e apostaram nessa medida para venderem mais.

Mas qual não foi a minha surpresa ao ligar a televisão e perceber que, de repente, todos os bancos ficaram bonzinhos e preocupados com o futuro das novas gerações. Quatro das maiores instituições financeiras do país apostam nessa marca. É um tal de "sustentabilidade", "reinventar", "solidário" que assusta. Um desavisado pode esquecer que, na verdade, os bancos vendem é dinheiro mesmo.

Mais sem entender ainda fiquei ao ver um comercial de uma nova marca de sandália. Uma chuva cai sobre a modelo e o produto e ao final aparece a seguinte mensagem: "A água utilizada neste comercial é reaproveitada".

Legal: A sandália é politicamente correta, o banco usa papel reciclado, o carro aquece menos o planeta e a geladeira não prejudica a camada de ozônio. Vou dar o meu dinheiro para eles então.

No final dos anos 80 e começo dos 90, os ativistas ecológicos eram discriminados, como inconvenientes e inoportunos. Detidos em reuniões importantes e encontros que discutiam - talvez não tão seriamente como deveria - o futuro do planeta. Os "verdes" eram taxados de hippies, naturebas ou maconheiros acéfalos. A presença deles nesses eventos ou na própria mídia era prontamente dispensável.

Hoje, ninguém aguenta mais falar de aquecimento global (o outrora chamado "efeito estufa", mas é anos 80 demais dizer isso), com a diferença que continuam falando, por ser o marketing do politicamente correto.

Colocar no produto que ele é ecologicamente responsável, ou veicular a imagem da marca a causas ambientais é a tendência do milênio, mesmo que você pouco se importe com as tais calotas polares ou com o panda que não consegue reproduzir.

E se o bom marketeiro faz isso com marcas de empresas, adivinha o que ele vai fazer depois? Sim, investir a mesmíssima idéia no marketing político.

Isso aumenta o cuidado que se deve ter com as próximas campanhas eleitorais. Ano que vem é ano político, e aposto 50 mudas de eucalipto que o meio-ambiente será a plataforma que reinará nos discursos.

Que as empresas se preocupem sim com o meio ambiente. Os políticos, idem. Mas tanto o consumidor quanto o eleitor devem saber diferenciar o ideal do oportunismo. Nessa floresta, as árvores são quase iguais.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A CIDADE QUE NÓS QUEREMOS

A CIDADE QUE NÓS QUEREMOS
– MOVIMENTO VIVACIDADE – AMIGOS DE PATOS DE MINAS

Constantemente nos perguntamos, por onde anda aquele meu amigo de infância? Aquele que estudou comigo na quinta série, naquele colégio? Sonhávamos em uma cidade próspera, bonita, tranqüila, construir uma família em que nossos filhos brincassem nas praças, percorressem as ruas da cidade com orgulho, projetassem seus sonhos aqui em Patos de Minas, crescessem profissionalmente e investissem seus conhecimentos e ideais por aqui.
Entretanto, percebemos que, ao contrário dos nossos sonhos de infância, nossos amigos foram embora, não desta para uma melhor como o ditado nos diz, mas se foram, investiram seus ideais em outras cidades, Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora, São Paulo e demais cidades, não por serem melhores, mas por se articularem melhor e pensarem numa cidade progressista possuem melhores condições para o crescimento profissional.
Nossos pais foram obrigados a nos fazer a dolorosa sugestão: “meu filho vai embora, aqui em Patos não dá FUTURO”, recordemos bem, mas alguns anos atrás Patos de Minas era uma cidade modelo para perspectiva de crescimento de futuras gerações. Entretanto o que aconteceu? Por que não mais existe essa referência? Foi por culpa do Fulano? Ou do beltrano? É por que nossa cidade foi dividida pelo movimento ARENA E UDN? Espere um pouco, estamos vivendo do passado?
Com o objetivo de pensar no futuro, agindo o presente e aprendendo com o passado que jovens da cidade de Patos de Minas criaram o Movimento Vivacidade, com sede na cidade de Patos de Minas, estado de Minas Gerais, tem como objetivo ser um movimento independente que acredita no desenvolvimento da comunidade a partir do despertar da consciência do povo. Visa criar caminhos, para o povo, de formação e informação sobre a comunidade, desenvolvendo ações que visem melhorar a qualidade de vida da comunidade. O Movimento aprova, toda iniciativa que precede a melhoria da sociedade, pensando no bem comum..
Em breve as ações deste movimento estarão ao conhecimento de todos através de artigos, entrevistas, internet, sempre com o foco no despertar da consciência, para que tenhamos um senso desenvolvimentista e buscando uma cidade melhor.
Paulo Henrique Rodrigues Moreira
Turismologo com especialização em Gestão de Pessoas e Marketing e estudante do 2º período de Direito

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Oportunidades e Desafios: uma escolha a fazer

A economia brasileira passa por um período de estabilidade e expectativa de crescimento jamais imaginados. Juntamente com bons indicadores macroeconômicos, tem-se uma posição de equilíbrio internacional sem grandes crises, um excesso de crédito em busca de oportunidades e taxas de juros reais em patamares baixíssimos no mundo todo.

O Brasil vem mantendo controle rígido para atingir as metas de inflação, visto que esta permanece há três anos com taxas anuais abaixo de 4%, indicando para algo em torno de 3,5% para 2007 e próxima a 4% em 2008. O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de toda a produção realizada no país durante um ano, caminha para encerrar 2007 com crescimento de 4,2%, podendo atingir a meta estabelecida pelo governo de 4,5% neste ano. E para 2008, espera-se um crescimento de 4%.

O Comitê de Política Monetária (COPOM) tem demonstrado equilíbrio em suas decisões, com certo exagero em alguns momentos. O Brasil tem, atualmente, sua menor taxa de juros em todos os tempos, 12% ao ano. No entanto, continua com a mais alta taxa de juros real (excluida a inflação) do mundo, de 8,3% ao ano. Este descasamento da taxa interna real de juros com a mundial, em torno de 2,5 a 3,5% ao ano, é um dos fatores que pressiona a valorização da nossa moeda, o real, tornando o ativo mais valioso.

O ambiente externo é favorável ao Brasil, visto o aquecimento do preço das principais “commodities” nacionais, juntamente com uma fragilidade da economia norte-americana com seus sucessivos e crescentes déficits comerciais e de conta corrente, a valorização do Real não tem afetado a Balança Comercial. Para entender o porquê do Brasil ser hoje desejo de investidores internacionais, em maio deste ano o dólar terminou com queda de 5,5% em seu valor frente ao Real, e o investidor estrangeiro que estava com posição “vendida” no mercado futuro de dólar na BM&F conseguiu embolsar 6,6% de ganho (5,5% da variação cambial mais 1,03 da Selic no mês).

Nos últimos anos, a necessidade incontrolável do governo brasileiro em obter recursos para se autofinanciar, beneficiou os agentes econômicos que detinham recursos disponíveis. Em 2003, quem decidiu financiar o governo brasileiro ganhou em média 23% em suas aplicações de baixo risco. Em 2005, o ganho ficou em torno de 19% e em 2006, em média 15%. Por outro lado, os agentes econômicos tomadores de recursos (empresas e pessoas físicas) tiveram que sobreviver com juros que ultrapassavam 100% ao ano.

Verifica-se que neste ano e principalmente para 2008, haverá uma inversão nesta lógica, ou seja, os agentes aplicadores terão que correr risco para aumentar a rentabilidade de sua carteira ao passo que os tomadores terão acesso a recursos de longo prazo e taxas dignas de países desenvolvidos. Conforme relatório FOCUS de junho/2007 do Banco Central, a expectativa é de encerrar este ano com a Selic em 10,75% aa. Neste patamar, uma aplicação financeira indexada no CDI (Certificado de Depósito Interbancário) terá rentabilidade líquida (excluido IR e inflação) em torno de 4,6% ao ano. E para 2008, com uma Selic abaixo de 10% - há apostas em até 8% ao ano - levará a rendimentos líquidos a 3,6% ao ano. Os recursos destinados à atividade produtiva terão retorno esperado de 4,2% para 2007 e de 4% esperados para 2008. Por outro lado, as empresas tomadoras de recursos já estão se beneficiando da queda na Selic com taxas de mercado que estão entre 130% a 160% do CDI, o que representa 16,5% a 19,2% ao ano.

Surgem então desafios e oportunidades para o empresário brasileiro. A instabilidade econômica do Brasil no passado recente ensinou aos empresários como sobreviver na adversidade. Aqueles que sobreviveram as tempestades e acreditam em seu negócio, colherão frutos a médio e longo prazo. Contudo, não basta apenas incitar este anseio ao capital produtivo em busca de novas oportunidades, há que se garantir investimentos imprescindíveis na infra-estrutura, melhorar a gestão do gasto público e principalmente, lutar por uma redução substancial na carga tributária.


Cícero Cambraia de Sousa Maia
Economista, especialista em Finanças pela FAGEN-UFU
cicero_maia@hotmail.com

Artigo Publicado pela Revista Negócio, Ano 11, No. 76 - Julho/2007